Monsanto
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História
Aldeia histórica de Portugal, Monsanto é construída em pedra granítica. Monsanto, avista-se na encosta de uma grande elevação escarpada, designada de o Cabeço de Monsanto (Mons Sanctus). Situa-se a nordeste de Idanha-a-Nova e irrompe repentinamente do vale. No ponto mais alto o seu pico atinge os 758 metros.
A presença humana neste local data desde o paleolítico. A arqueologia diz-nos que o local foi habitado pelos romanos, no sopé do monte. Também existem vestígios da passagem visigótica e árabe. Os mouros seriam derrotados por D. Afonso Henriques e, em 1165, o lugar de Monsanto foi doado à Ordem dos Templários que sob orientações de Gualdim Pais, que mandou construir o Castelo de Monsanto. O Foral foi concedido pela primeira vez em 1174 pelo Rei de Portugal e rectificado, sucessivamente, por D. Sancho I (em 1190) e D. Afonso II (em 1217).
Foi D. Sancho I quem repovoou e reedificou a fortaleza que, entretanto, fora destruída nas lutas contra o Reino de Leão. Seriam novamente reparadas um século mais tarde, pelos Templários.
Em 1308, o Rei D. Dinis deu Carta de Feira e, em 1510, seria El Rei D. Manuel I a outorgar de novo Foral e concedendo à aldeia a categoria de vila.
Em meados do século XVII, Luís de Haro (ministro de Filipe IV de Espanha), tenta cercar Monsanto, mas sem sucesso. No século XVIII, o Duque Berwik também cerca Monsanto, mas o exército português comandado pelo Marquês de Mina derrota o invasor nas difíceis escarpas que se erguem até ao Castelo. Monsanto foi sede de concelho no período 1758-1853. Um grave acidente no século XIX destruiu o seu Castelo medieval, pela explosão do paiol de munições.
Nas últimas décadas, Monsanto tornou-se popularmente conhecida como "a aldeia mais portuguesa de Portugal", exibindo o Galo de Prata, troféu da autoria de Abel Pereira da Silva, cuja réplica permanece até hoje no cimo da Torre do Relógio ou de Lucano.
Lenda
As Festa da Santa Cruz em Monsanto estão ligadas a uma lenda, que refere a salvação da fortaleza durante um ataque, que não se precisa, se terá sido feito pelos romanos ou pelos mouros.
De qualquer forma, este cerco, que durava há sete anos, tinha atingido os limites de resistência dos sitiados, que só já tinham uma vitela e pouco trigo para se poderem alimentar, mas como estratégia desesperada, uma das mulheres sugeriu que se alimentasse a vitela com trigo e a lançassem das muralhas.
Ao cair contra as rochas, o ventre da vitela abriu-se e espalhou-se o trigo, convencendo o inimigo de que os sitiados estavam bem abastecidos de alimentos e decidiram levantar o cerco.
Este episódio é atribuído ao dia 3 de Maio, data em que as mulheres vestem as suas melhores roupas, e ao som de adufes e canções populares, lançam do alto das muralhas, potes brancos, simbolizando a vitela que salvou a vila.